o rosto e o riso
e assim me arrancas
do paraíso?
Por que não queres,
deixando o alarme
(ai, Deus: mulheres!),
acarinhar-me?
Por que cultivas
as sem-perfume
e agressivas,
flores do ciúme?
Acaso ignoras
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?
Visto que em suma
é todo teu,
de mais nenhuma,
o peito meu?
Anjo sem fé
nas minhas juras,
porque é que é
que me angusturas?
Minh'alma chove
frio, tristinho.
Não te comove
este versinho?
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Why do you lock
the face and laughter
and that way pull me out
from heaven?
Why don't you want,
leaving the alarm
(oh, God: women!),
cuddle me?
Why cultivate
the non-perfumed
and aggressive,
flowers of jealousy?
In case you ignore
that I love you so,
all the time,
I can't even say how much?
Since in short
is all yours,
and no one else,
my chest?
Angel without faith
in my vows,
why is it
that you torment me?
My soul rains
cold, sad.
Aren't you touched
with this little verse?
Carlos Drummond de Andrade
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