sábado, 24 de dezembro de 2011

Epifanias Pessoanas (8)

A Aranha

A aranha do meu destino 
Faz teias de eu não pensar. 
Não soube o que era em menino, 
Sou adulto sem o achar. 
É que a teia, de espalhada 
Apanhou-me o querer ir... 
Sou uma vida baloiçada 
Na consciência de existir 
A aranha da minha sorte 
Faz teia de muro a muro... 
Sou presa do meu suporte.

Fernando Pessoa

Trechos (1)

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."


Rui Barbosa